O racismo e o preconceito xenófobo têm desde há muito sido
associados a baixos níveis em testes de QI.
Todavia, como noticia o The Huffington Post, novos estudos apontam para uma explicação genética para
o pensamento xenófobo e a intolerância.
De facto, começa a ser sugerido que o preconceito está
programado nos nossos genes, sendo um resquício do nosso processo evolutivo
desde tempos imemoriais, quando os para humanos, vivendo agrupados em tribos, fazia
sentido ver os estranhos com hostilidade.
O autor de um destes estudos, o Dr. Mark van Vugt referiu ao The Telegraph que a sua pesquisa sugere que a mente humana esteja
moldada para perpetuar o conflito com estranhos.
O The Huffington Post cita ainda o biólogo da Michigan State
University, Dr. Carlos Navarrete, que essa predisposição ajuda a explicar as
rivalidades e a hostilidade que tem por base a nacionalidade, etnicidade,
escolas, tribos, gangues, partidos e facções políticas e todas as demais
instituições que agrupam os humanos socialmente.
A investigação parece apontar para uma explicação genética
para todo o género de rivalidades, de que as desportivas são um bom exemplo,
que de outro modo dificilmente podem ser explicadas. Na verdade, é difícil
justificar o ódio que um adepto do Flamengo pode sentir por um clube rival que
nunca viu e não conhece ou a hostilidade de um Benfiquista para com um
desconhecido que envergue um cachecol do Sporting.
E o preconceito é apenas uma “programação” masculina?
Os autores do estudo não tiram conclusões definitivas, mas
sustentam que as dinâmicas entre gupos podem ter tido um impacto diferente no
desenvolvimento psicológico dos homens e das mulheres.
Navarrete também refere que a aparência física do "outro" também
influi na lógica do preconceito.
Alguns estudos feitos com mulheres brancas verificaram que
estas avaliavam homens negros de uma forma diferente consoante o momento do seu
ciclo menstrual em que se encontravam. Assim, os homens eram vistos como mais “assustadores”
ou “pouco atractivos” nos dias em que era mais provável que concebessem caso
mantivessem relações sexuais.
Outros estudos confirmaram que independentemente da raça, as
mulheres, nessas alturas, demonstravam reacções mais negativas para com homens
que tivessem um aspecto fisicamente possante, por oposição àqueles com físicos
mais frágeis.
(via prisonphotography.wordpress.com) |
Os dados aqui expostos, paradoxalmente, permitem algum optimismo
no desenvolvimento de sociedades futuras menos atreitas a comportamentos
racistas ou xenófobos, porquanto tornam evidente que é sobretudo a sensação de
perigo que a diferença suscita que acaba por gerar sentimentos negativos em
relação aos outros.
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