2 de fevereiro de 2012

Existe um limite evolutivo para a inteligência humana?

Uma entrada recente no Science Daily refere que os limites à inteligência humana podem resultar de limitações evolucionárias.

Na verdade, os processos de evolução natural implicam normalmente trocas e cedências, nos termos das quais uma melhoria de determinada característica tem como contrapartida perdas noutra dimensão.

(via saudenacional.blogspot.com)
Um exemplo ilustrativo utilizado passa pela circunstância da maioria dos humanos se ficar por uma altura abaixo do 1,80m e alturas superiores a 2,30, que nalguns aspectos poderiam parecer vantajosas, serem potencialmente prejudiciais, porquanto dificilmente a maioria dos corações resistiria incólume ao esforço bombear sangue para essas alturas.


Este mesmo mecanismo de trocas e cedências no processo evolutivo pode muito bem actuar nas capacidades cognitivas humanas.

Senão, vejamos.

Um aumento do tamanho do cérebro à nascença significaria, por exemplo, que aumentaria também o risco de mortes durante o parto, devido à dificuldade na transposição da pélvis materna pelo bebé. Por outro lado, a estrutura da pélvis dificilmente poderá sofrer uma modificação que facilitasse o parto para crianças com a cabeça maior sem que isso, no reverso da medalha, implicasse transtornos para a capacidade locomoção da mulher.

Por outro lado, tem-se constatado que entre indivíduos com capacidades cognitivas acima do normal, como savants ou pessoas dotadas de memórias fotográficas, o preço cobrado surge normalmente associado a desordens como autismo ou problemas neurológicos emergentes a um crescimento cerebral excessivo.


Nos Judeus Asquenazes, que possuem em média um QI mais elevado que as populações europeias, a contrapartida por essa "vantagem" surge pela frequência com que os membros deste grupo étnico são atormentados por doenças neurológicas.  


(Albert Einstein, via Wikipedia)
Na verdade, parece-me que o ponto mais importante desta linha de investigações é justamente a intuição de que existirá um ponto de equilíbrio nas várias dimensões do desenvolvimento evolutivo físico e intelectual do homem e, como tal, ganhos em determinadas facetas (seja, por exemplo, a inteligência ou o desenvolvimento muscular ou estrutural) acarretam necessariamente modificações que podem ser interpretadas como perdas a outro nível.

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