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A disseminação, acessibilidade e consequente desmistificação do conhecimento será talvez a grande marca dos nossos dias.

Temos agora a possibilidade de cruzar ideias, saberes e uma miríade de experiências humanas, abrindo caminho a ideias cada vez mais poderosas.


(via blog.yanidel.com)
CIÊNCIA SORRISO nasceu da constatação de que se um ser humano nascesse numa ilha isolada e crescesse toda a sua vida sem qualquer contacto com os demais humanos, o seu desenvolvimento intelectual, medido pelos nossos padrões, ficaria emperrado e não seria provavelmente muito diferente daquele que podemos encontrar num chimpanzé.

Para perceber o impacto dos outros na formação da nossa matriz intelectual e emocional, basta ter presente, por exemplo, que se em crianças não absorvêssemos a linguagem, toda a cadeia de conhecimentos e competências que depois nos chegam embalados em palavras jamais se incorporariam na nossa identidade.

Ora, a linguagem é uma realidade que foi sendo transmitida e refinado ao longo de incontáveis gerações, pelo que é necessariamente apreendida por cada um de nós através do contacto, directo ou indirecto, com os outros.

A aritmética básica, outra competência que damos por adquirida, é na realidade o resultado de uma construção histórico-cultural. Diversas culturas hodiernas, de que algumas tribos amazónicas são exemplo, não dominam operações matemáticas com números superiores a cinco. Como é óbvio, esta insuficiência não resulta de qualquer inferioridade genética ou racial, mas sim de singularidades ambientais e culturais que ao longo do processo histórico propulsionaram o desenvolvimento de outras capacidades em detrimento de saberes que nas sociedades ocidentais nos parecem básicos e, erradamente, inatos.

A um nível menos sofisticado, se não conseguíssemos observar os gestos silenciosos dos outros, todo um catálogo de aptidões, muitas delas cruciais para a manutenção da vida, nos seria igualmente negado.





Pense-se, por exemplo, na prosaica competência de fazer fogo e de, por esse meio, acender uma fogueira. Esse conhecimento, que algures no tempo um qualquer nosso antepassado adquiriu, facilmente podia passar despercebido ao homem que crescesse, vivesse e morresse na tal ilha isolada. 

No entanto, se lhe fosse dado a conhecer um único processo de atear fogo, não é difícil intuir que a imaginação desse infeliz náufrago rapidamente produziria, assente nesse conhecimento prévio, outras formas de acender o mundo.

O CIÊNCIA SORRISO acredita que o potencial humano apenas se pode cumprir integralmente através do contacto com a sabedoria e a experiências dos outros.

A exposição ao conhecimento gera conhecimento novo; o contacto com a sabedoria dos outros gera inspiração; e a mistura de tudo isto está na génese do nosso progresso individual e colectivo.

Num paradoxo aparentemente cruel, a sobrecarga informativa desta nossa era digital veio também mostrar-nos os fenomenais níveis de complexidade inerentes a tudo quanto nos rodeia.
Essa consciência da complexidade é, com frequência, desmotivadora, fazendo-nos ceder à sensação de sermos esmagados pelas nossas próprias limitações intelectuais, académicas e culturais.


CIÊNCIA SORRISO nasce da convicção de que o conhecimento tem uma vida própria dentro de cada um de nós. Mesmo um contacto marginal com a ciência e a cultura tem o potencial de nos acender a imaginação e nos forçar a reformular a nossa relação connosco próprios e com o mundo, inspirando-nos às evoluções interiores que depois encontram reflexo no mundo exterior.

CIÊNCIA SORRISO propõe-se, sem pretensões de exaustividade ou de paralisante rigor, divulgar as novas conquistas do conhecimento humano, polinizando as imaginações e lançando a sua despretensiosa contribuição para uma Humanidade melhor.


P.S.:

Os editores de CIÊNCIA SORRISO não têm formação em ciências naturais, pelo que serão despropositados os comentários sobranceiros que invadem grande parte dos espaços de divulgação de ciência.

Tentamos, com uma admiração sentida pelo trabalho de tantos e tantos investigadores, traduzir as suas descobertas em sínteses rigorosas, mas que encerrem também uma simplicidade que torne os conceitos acessíveis e, sobretudo, que permitam suscitar empatia entre esse conhecimento e a vida quotidiana de todos nós.

 Encorajamos o contributo de todos, mas para quem se convencer que nos enganámos ou que deixámos de fora alguma contribuição relevante, pedimos que o sarcasmo tão prolixo nos fóruns digitais fique de fora e, em vez disso, nos abordem com o mesmo sorriso que promovemos, partilhando a fundamentação dos vossos comentários e ajudando-nos a melhorar os conteúdos. Não deixaremos de expressar publicamente os nossos agradecimentos e de divulgar todo esse caminho de aprimoramento.

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